Entre poesia e prosa

Entre poesia e prosa

Um viajante caminhava à passos arrastados, sua estrada há muito estava perdida, o tédio, perverso, levara-lhe a bússola com seus dedos leves quase imperceptíveis. Ele caminhava e caminhava e caminhava, porém seu destino cada dia mais se perdia, sua memória, como que roubada também, se esvaia, suas opiniões pareciam gritadas ao vento, pobre vento, surdo desde sempre. Incompreendido o viajante já não tentava fazer-se entender, apenas caminhava. Enquanto tentava conversar com outros que viviam naquele mapa confuso, mais se perdia. O viajante se perdia de sua alma, e ela seria sua unica ajuda na busca por seu destino. Até que um dia uma eremita moderna roubou a bussola do tédio. Será que com sua bussola em mãos o viajante poderia achar seu destino? Nenhum dos dois sabia, mas agora caminhavam juntos, pelas margens do lago das palavras, entre poesia e prosa.

http://abussolaenterrada.blogspot.com/
Diego da Cruz, o viajante.
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